Papéis de países ricos e pobres se invertem

Na geopolítica da biodiversidade, os papéis de ricos e pobres muitas vezes se invertem. Os países economicamente mais ricos são, em sua maioria, os biologicamente mais pobres. E os que possuem a maior biodiversidade são, tipicamente, os que têm menos dinheiro.


Na sua missão de promover a conservação da biodiversidade mundial, portanto, a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) defronta-se com o sério problema de que as riquezas biológica e econômica necessárias para protegê-la pertencem a atores diferentes, com interesses e prioridades distintas.


E, se já é difícil conseguir dinheiro para combater a fome e a miséria humana, imagine para florestas, tigres e baleias.


Uma das premissas desta convenção é que os países mais desenvolvidos devem apoiar financeiramente e tecnologicamente a conservação da biodiversidade nos países menos desenvolvidos. Não se trata de uma doação, mas de uma obrigação.


A convenção determina que os países têm soberania sobre seus recursos biológicos, é verdade. Mas nem por isso a biodiversidade deixa de ser um patrimônio global. Quando uma espécie é extinta ou um ecossistema é destruído, quem perde não é apenas o país de origem; é o planeta inteiro.


Os países em desenvolvimento, portanto, têm a razão e o direito de cobrar apoio dos países desenvolvidos. Se o problema é global, os esforços para combatê-lo devem ser igualmente globalizados. Promessas e metas ambiciosas não servem de nada se não houver recursos para colocá-las em prática. Se os países desenvolvidos têm um interesse genuíno de preservar a biodiversidade global, a única maneira de fazer isso é investindo nos países em desenvolvimento.


Estadão.com.br

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